Querem conhecer-me um pouco?



A paixão pela cozinha foi algo que se manifestou muito cedo na minha vida. Sempre tive mão para doces que são uma das minhas paixões.
Este Blog tem já um bom par de anos. Comecei a escrever no sentido de partilhar as minhas experiências culinárias. Contudo o trabalho e a exigência que ele teve na minha vida tirou-me o tempo, a disponibilidade e até a vontade de lhe dar continuidade.
Quando dei por ela já tinham passado uns 10 anos!

Para perceberem um pouco mais do sentido e da nova vida que quero dar a este Blog, vou contar da forma mais abreviada que conseguir, um pouco da minha recente história. Para contar a história toda teria de escrever um livro!😂

SOBRE MIM:

A minha formação superior é Gestão de Empresas. Um curso que adorei fazer e de onde trouxe amigos para o resto da minha vida!
Em 2007 com o curso finalizado decidi dar continuidade à empresa do meu pai de Brindes Publicitários, onde também já trabalhava
em part-time desde os 19-20 anos. Ser líder, apesar da minha grande timidez, é algo que me é muito inato porque sou boa a orientar pessoas e a trabalhar lado a lado com elas. Já sou péssima a mandar!😏
Em 2008 a empresa passa para mim, mas sempre a trabalhar com o meu pai e a minha mãe, e achei que ia ter um futuro promissor e estável. 
Tudo apontava para isso!
Mas a crise instalou-se, as vendas baixaram drasticamente e as contas e compromissos com empregados e com o Estado continuavam a existir. 
Era dali que todos retirávamos a nossa subsistência e depressa me senti com a responsabilidade de criar soluções. Na minha cabeça existia sempre esse pensamento: O que vou fazer para dar a volta a isto! 
O sentido de responsabilidade foi algo que foi pesando muito na minha mochila e eu não dei conta. Sentia-me responsável por todos e de
certa forma todos recorriam a mim para encontrar-mos soluções. Custava-me horrores ver os meus pais a sofrerem. Não tinha sido este o meu plano. O que queria era dar continuidade a algo que o meu pai criou, ter a estabilidade que ele um dia teve e saber que iam ter uma "velhice" tranquila e desafogada.

Em 2012 batemos no fundo e foi hora de mudar de rumo. Contra a maior parte das pessoas achei que seria interessante virar-me para os
eventos familiares:casamentos, baptizados e festas de aniversário. Só ouvia das pessoas:"tens noção que a percentagem de casamentos tem vindo a descer?"; "hoje em dia ninguém se casa". 
Sim tinha a noção de tudo isso mas eu tinha de fazer alguma coisa e a publicidade estava a morrer dia para dia. Em Coimbra e zona centro o tecido empresarial era medíocre. Eu tinha de virar as vendas para o consumidor final, para as famílias e deixar de lado as empresas.

Muito lentamente fui mudando a "cara" dos habituais Brindes Publicitários. Começaram a ter o cunho da minha criatividade e comecei a apaixonar-me por esta área.
Era bom trabalhar para momentos felizes e deixar de ouvir por parte das empresas "tem de me baixar o orçamento se não não compro!".
- Baixar o orçamento? Então e as contas e ordenados que eu tenho para pagar? Eu também sou uma empresa!

Sem que eu me apercebesse foi semeada dentro de mim, uma semente de frustração e revolta que foi crescendo até se tornar uma árvore de porte significativo.
As dificuldades financeiras estavam instaladas na minha vida e na vida dos meus pais. Pareciam uma bola de neve, cresciam no decorrer do tempo.
Andar de carro passou a ser um luxo tive de passar para o comboio. Podia descrever as viagens de comboio e os horários madrugadores mas resumo tudo a uma palavra: difíceis!
Tudo fiz para dar a volta e com muita resiliência e com uma vontade inabalável de vencer, levava (aos olhos dos outros) tudo isto com muita leveza e tinha quase sempre sorrisos para oferecer. Mas na realidade a minha vida era PESADA e movida por muito STRESS.

A semente da REVOLTA, FRUSTRAÇÃO e AMARGURA continuava a crescer sem que eu me apercebesse e foi crescendo até chegar o ano de 2018!

No inicio do ano sentia-me desgastada, esgotada, sem ânimo para trabalhar. A paixão pelo que fazia estava a desaparecer dia a dia.
Só sentia dentro de mim a obrigação de fazer, de vender porque era necessário pagar as contas para manter o "barco" a navegar.
Tinha uma vida de muito STRESS, muita ANGÚSTIA, muitas horas de trabalho SEM TEMPO para mim e para os que tanto amo.
Passava as férias por casa e eram 15 dias no ano o que já era óptimo. Abandonei o sonho de viajar e curtir um pouco a vida.
Sentia-me sem forças para continuar esta jornada e tinha dias que só me apetecia fechar as portas e ir trabalhar para a caixa de um supermercado qualquer que me pagasse um ordenado certo, que era o que raramente conseguia na minha empresa.

Junho de 2018: identifiquei umas manchas na mama esquerda. Não tinha um nódulo apenas umas manchas roxas que se desenvolveram tão rapidamente que a mama ficou dura e as manchas se tornaram em grandes feridas. Fiquei em pânico.
Cancro da mama o que mais temi a minha vida toda. Temi tanto ao ponto de não querer ver nada (filmes, novelas, etc) que pudessem abordar o assunto.
Andei uma semana angustiada sem contar nada a ninguém. Não sabia o que isto era mas dentro de mim já havia uma certeza.
Se já andava triste com a vida, nessa semana nem falava para ninguém. "Como é que ia contar isto à minha família?"; "Como é que a empresa se ia manter se eu precisasse de tratar de mim?"; "Como é que ia proteger os meus pais para eles não sofrerem mais do que já tinham sofrido?"; "Como ia o Luís, o meu marido, reagir perante uma noticia destas?". Tantas perguntas, tanta dor no coração.

Foi ao Luís que contei primeiro com uma falta de coragem tão grande que ainda hoje não sei como saíram as palavras da minha boca.
A resposta que tive dele foi a melhor: um abraço muito reconfortante e a lembrança que eu era uma guerreira e estávamos nisto juntos.
Depois contei ao meu pai e só depois à minha mãe. Era difícil demais ver a minha mãe a sofrer por uma situação destas. 
Se eu pudesse ter tido escolha eu tinha vivido tudo sozinha só para não os fazer e ver sofrer aos três!Foi muito duro para eles. Mas foram os três, os meus três mosqueteiros, que me deram alento e um apoio incondicional e fundamental nesta jornada. 

Marquei consulta com uma ginecologista do melhor que já conheci. Ela confirmou o que o meu coração já sentia. Nesse mesmo dia passou-me uma carta para o IPO, onde ela também trabalha e onde me acompanhou nos primeiros passos naquela "casa".
Eu estava muito assustada e foi tudo tão rápido que nem deu tempo para pensar muito. Nessa fase eu só chorava, eu só queria chorar toda a dor actual e do passado e de tudo. Não queria falar com ninguém, não queria ver nem ouvir ninguém.
Precisava de tempo para perceber o que me estava a acontecer e como ia digerir tudo. Nem ás minhas duas melhores e grandes amigas eu consegui contar.
Entrei no IPO a 13 de Julho de 2018, sexta feira 13! Mas não foi um dia de azar, foi um dia de sorte porque era o sitio certo para me tratar. A médica que me assistiu, sem me conhecer de lado nenhum foi de um profissionalismo exemplar e no inicio de Agosto eu já estava a fazer Quimio. 

No meio de tudo isto o Universo, a Vida, Deus, o que cada um de vós acreditar, colocou-me à "disposição" duas pessoas que foram muito importantes e ainda são nesta caminhada: Uma enfermeira que me fez o penso às feridas da mama durante semanas mas que foi muito mais que uma enfermeira, foi uma amiga e uma terapeuta que me abriu muitas outras portas de elevada importância como a meditação, a acupunctura, o saber agradecer pelo que me estava a acontecer, entre outras, e uma Médica de Medicina Tradicional Chinesa que me ajudou, orientou e medicou antes mesmo de começar com os tratamentos.

Estava magrinha, mais do que sempre fui. Pesava uns 42kg talvez. Tinha muitas dores na coluna porque já tinha metástases ósseas e as mais graves incidiram na coluna. Deixei de conseguir fazer as minhas coisas em casa de forma autónoma, como estender a roupa ou aspirar o chão. Era difícil estar sentada ou deitada porque as dores manifestavam-se sempre e não havia posição.Precisei da ajuda do Luís e dos meus pais. A minha mãe mudou-se para minha casa para me ajudar quando o Luís tinha de ir trabalhar e o meu pai ficou sozinho a aguentar "as pontas" na empresa. Não conseguia conduzir, uma das coisas que mais adoro!
De repente era eu que estava a precisar de cuidados e não era mais a cuidadora que estava habituada a ser. Se por um lado foi maravilhoso ter os que mais amo a tratar de mim por outro estava a ser um golpe psicológico terrível.
Eu a mulher independente que sempre fui, habituada a fazer a maioria das coisas sozinha e a desenrascar-me, estava dependente em muitas coisas.

Comecei a ouvir meditações guiadas e tive 3 consultas com psicóloga/acupunctura, a Drª Margarida, indicada pela enfermeira S. que estava no dia certo e à hora certa no centro de saúde e que me acolheu de uma forma que não vou esquecer nunca. Aqui, com a ajuda dela começou a minha cura espiritual. 
Com a psicóloga percebi as cargas que tinha carregado na vida.
Percebi que havia muitas que pensei que tinha "largado" mas afinal continuavam ali a pesar e a assombrar o meu espírito. Acolhi os conselhos que ela me deu e aceitei todos os desafios que me propôs na consulta. O primeiro passo foi começar a identificar o que me fazia sofrer e como alterar isso.
A vida começou a mudar porque eu comecei a QUERER mudar. O mundo da meditação, que até então eu desconhecia, foi algo que fui desbravando. Comecei a ler, a ver vídeos no you tube, documentários e a perceber e a praticar. Ainda não sou disciplinada como quero ser mas estou no caminho!

Portanto para me tratar eu tinha primeiro de curar as feridas e cortar pelo pé a árvore de frustrações  que tinha crescido dentro de mim. Acabou-se, foi o que pensei!

Anterior a essa passo comecei logo com uma mudança de hábitos alimentares. Juntamente com as fórmulas (medicamentos se quiserem) da Medicina Tradicional Chinesa foi-me proposto uma alteração ao estilo de vida , stress zero, e aos hábitos alimentares. Era preciso cuidar do PH do sangue e comer de forma saudável. Para isso nada de farinhas refinadas, açucares refinados, sal refinados, carnes vermelhas, gorduras processadas, etc.

E é com esse propósito que aqui estou a dar vida a este projecto. Não tenho nenhum outro objectivo se não com a minha experiência, com o meu caso de saúde, partilhar e ajudar de alguma forma outras pessoas (homens e mulheres) a perceberem que ter cancro não é o fim da linha. E também não é só fazer Quimio e rezar para que tudo corra bem. E pior ainda, pensar que a Quimio vos vai deitar de tal forma a baixo que se não morrermos do mal, morremos da cura.
Não! Há forma de ultrapassar isto com um conjunto de coisas que podem fazer por vós próprios.

Eu não tive uma náusea, um enjoo, diarreia, aftas (e sei lá mais que efeitos secundários me disseram) nos 3 meses de tratamentos que fiz. Eu sempre tive apetite e isso ajudou-me a fortalecer o meu sangue e o meu corpo para enfrentar os tratamentos. À excepção do 1º tratamento em que me sentia muito assustada, entrei naquele Hospital de Dia sempre com um sorriso no rosto. Estava lá duas a duas horas e meia e ao fim do 3º/4º tratamento já vinha para casa a conduzir.
Isto só aconteceu com a ajuda dos medicamentes naturais da Medicina Tradicional Chinesa. Como diz a minha médica, "nada de fundamentalismos, tudo o que disserem que é para fazer no IPO, é mesmo para fazer!". As duas medicinas podem complementar-se. A Drª Tânia, sempre teve o cuidado de verificar item por item das 
composições dos químicos e dos naturais para termos a certeza que não entram em conflito uns com os outros. E estou aqui Rija!💪💪
Continuo a fazer tratamentos orais, ainda assim tratamentos fortes mas só me lembro do que se passa comigo no dia de ir à consulta mensal do IPO. Tirando isso faço a minha vida com toda a normalidade.

Apenas os meus familiares chegados sabem de tudo isto. Nunca quis partilhar com ninguém porque as pessoas dizem-nos de tudo e eu não queria perder o meu foco. 
Detesto que me tratem como doente! Na minha cabeça isso não existe. O corpo deixo para os médicos e terapeutas tratarem. Mas estou sempre consciente em fazer a minha parte o melhor que consigo. 
Tinha bem a noção e alguns conhecimentos do que representava a Medicina Tradicional Chinesa e nunca tive dúvidas. Depois de conhecer a Drª Tânia menos dúvidas poderia ter.
É muito reconfortante ter o apoio dela cá fora ainda que nada tenha a apontar à minha médica oncologista que me trata com tanto carinho, no IPO.

Só agora ao fim de quase dois anos, estou a conseguir falar e contar a minha história para o Mundo. Até então estive a apreender a viver e "entretida" a mudar a minha vida de pernas para o ar! :)

Não me sinto um exemplo a seguir, porque eu tenho muitas ajudas, muito amor e amizade na minha vida e por isso se estou aqui muito devo à força que essas pessoas e os sentimentos que nutrem por mim fazem. Mas quero ajudar, verdadeiramente, com as minhas experiências e também a desmistificar que se pode comer bem e que a comida pode ser deliciosamente saudável.

Hoje peso 46,700Kg. Hoje sinto-me muito feliz e grata à vida! Hoje tenho uma vida tranquila e sem stress!
E a partir de hoje, estou aqui para vocês. Mesmo que seja para um desabafo ou uma partilha da vossa história.
Contem comigo, com a minha forma alegre de olhar a vida e com as minhas receitas saudáveis e tão saborossssaasss!!

Lembrem-se de que o Pai da medicina que hoje conhecemos, há mais de 2500 anos, disse: "Que o vosso alimento, seja o vosso primeiro medicamento".🙏

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Estou aqui para vocês! :)

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